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O Cubensis que não é só “mais um cubensis
No universo dos cogumelos psilocibinos, há uma cepa que transcende os padrões convencionais: o Penis Envy. Com sua aparência singular e uma potência amplamente reconhecida como uma das maiores entre todas as variedades de Psilocybe cubensis, o Penis Envy se tornou um verdadeiro ícone da micologia moderna. O próprio ditado entre cultivadores e usuários resume bem sua reputação: “Um cubensis é um cubensis… exceto o Penis Envy.”
A seguir, mergulharemos nas características, efeitos, história, cultivo e relevância científica dessa cepa lendária. Prepare-se para conhecer uma das linhagens mais cobiçadas — e respeitadas — do mundo psicodélico.
Características visuais e morfológicas

O Penis Envy se destaca visualmente:
- Caules grossos, carnudos e robustos, com textura densa e crescimento compacto.
- Chapéus pequenos e bulbosos, geralmente fechados e raramente se abrem completamente, criando a icônica forma fálica que originou seu nome.
- Hematomas azulados intensos, indicando alta concentração de psilocibina, especialmente visível ao manuseá-los.
- Morfologia única, resultado de mutações genéticas específicas que tornam essa cepa mal adaptada para a natureza, mas extremamente valorizada em cultivo controlado.
Potência e composição química
A principal razão pela qual a Penis Envy é tão respeitada é sua potência incomparável. Estudos e análises laboratoriais apontam:
- Teor médio de psilocibina entre 1,5% a 2,9%, podendo ultrapassar os 3% em alguns cultivares.
- Triptaminas totais (psilocibina, psilocina, baeocistina e norbaeocistina) podem chegar a 4%–5% do peso seco.
- Essa concentração é até cinco vezes maior do que o encontrado em cepas comuns de P. cubensis.
A potência elevada se reflete diretamente na intensidade da experiência — motivo pelo qual a Penis Envy exige mais respeito, preparo e responsabilidade no uso.
História, origem e evolução

A origem da Penis Envy é tão fascinante quanto seu efeito. Segundo investigações conduzidas pelo pesquisador Hamilton Morris, a cepa surgiu nos anos 1980 por meio do cultivador Richard Gutierrez, a partir de um material genético coletado por Terence McKenna na Amazônia. Após anos de cultivo seletivo focado na potência e nos efeitos, a morfologia fálica surgiu como uma mutação espontânea.
Curiosamente, o nome “Penis Envy” (inveja do pênis) não foi escolhido por sua forma, mas pela intensidade avassaladora de seus efeitos — “tão fortes que causam inveja em outras cepas”.
Variedades da Penis Envy
Ao longo dos anos, diferentes variantes foram desenvolvidas com cruzamentos e isolados genéticos:
- Albino Penis Envy (APE) – Versão leucística de cor branca e ainda mais potente.
- Penis Envy Uncut – Chapéus que permanecem totalmente fechados, com acúmulo concentrado de compostos ativos.
- PE #6 – Um híbrido com maior produção de esporos.
- Trans Envy – Variante com hastes mais finas e efeitos mais suaves.
Essas mutações seguem a mesma linhagem genética original, mas com perfis específicos de crescimento e potência.
Cultivo: Desafiador, mas recompensador
Ao contrário das cepas convencionais de Psilocybe cubensis, o Penis Envy apresenta algumas dificuldades notáveis para cultivadores:
- Crescimento mais lento e colonização micelial demorada.
- Baixa liberação de esporos, dificultando a propagação tradicional.
- Requer condições mais estáveis de umidade e temperatura.
- Demanda técnicas avançadas, como o uso de culturas líquidas ou clonagem por tecido.
Apesar disso, os corpos frutíferos densos e potentes compensam cada obstáculo. É uma cepa recomendada para cultivadores experientes em busca de profundidade na pesquisa etnomicológica.
Efeitos e experiência psicodélica

As experiências com Penis Envy são marcantes:
Potencial emocional profundo, inclusive com estados de euforia ou catarse.
Visuals intensos com padrões caleidoscópicos e percepção de tempo alterada.
Fortes insights introspectivos, experiências existenciais e sensação de unidade.
Maior duração, podendo se estender por 6 a 8 horas.
É uma cepa voltada para experiências profundas, transformadoras e terapêuticas — não recomendada para iniciantes.
Diretrizes de dosagem (com cautela!)
Por ser muito mais potente que outros cubensis, a dosagem do Penis Envy deve ser ajustada:
- Microdose: 0,1 a 0,25g
- Dose baixa: 0,5 a 1g
- Dose padrão (recreativa intensa): 1,5 a 2,5g
- Dose heroica: 3g+ (somente com experiência, preparação e acompanhamento adequado)
Comece sempre com a menor dose possível para avaliar a resposta do organismo e evitar surpresas desagradáveis.
Relevância científica e terapêutica
O Penis Envy vem sendo explorado por pesquisadores e terapeutas devido à sua alta concentração de psilocibina padronizada. Alguns pontos de destaque incluem:
- Estudos com psilocibina demonstram eficácia em tratamentos contra depressão resistente, TEPT, ansiedade terminal e dependência química.
- Baixa toxicidade e ausência de efeitos colaterais graves, desde que utilizado com segurança e em contextos controlados.
- Ideal para aplicações clínicas que exigem doses precisas e efeitos robustos.
Seu uso não é recreativo comum — é investigado cada vez mais como ferramenta terapêutica profunda.
Legalidade
A situação jurídica da Penis Envy segue a das outras variedades de Psilocybe cubensis:
- Descriminalizado em cidades como Denver (EUA) e em países como Portugal.
- Uso terapêutico regulamentado no Oregon e Colorado (EUA), com prescrições supervisionadas.
- Venda de esporos legal em diversos lugares para fins de estudo e pesquisa etnomicológica. Incluindo o Brasil.
É fundamental se informar sobre a legislação vigente na sua região antes de qualquer aquisição ou cultivo.
Conclusão: Um ícone da micologia moderna

O Penis Envy representa o ápice do cultivo seletivo de cogumelos psilocibinos: uma cepa que combina potência extraordinária, genética única e enorme valor terapêutico. Seja você um pesquisador, cultivador ou entusiasta, o Penis Envy é um verdadeiro “santo graal” da psilocibina — merecendo atenção, estudo e respeito.
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Veja também:
Fontes científicas e acadêmicas citadas
- Sherwood, A. M., et al. (2022). “Quantifying psilocybin in cultivated and wild mushrooms.” Frontiers in Pharmacology, 13, 975106. https://doi.org/10.3389/fphar.2022.975106
- Carhart-Harris, R. L., et al. (2016). “Psilocybin with psychological support for treatment-resistant depression.” The Lancet Psychiatry, 3(7), 619–627.
- Johnson, M. W., et al. (2014). “Pilot study of the 5-HT2AR agonist psilocybin in the treatment of tobacco addiction.” Journal of Psychopharmacology, 28(11), 983–992.
- Studerus, E., Kometer, M., Hasler, F., & Vollenweider, F. X. (2011). “Acute, subacute and long-term subjective effects of psilocybin in healthy humans.” Psychopharmacology, 218(4), 649–665.