Cientistas Exploram Tratamento da Depressão com Cogumelos Psilocibina sem Efeitos Psicodélicos

Um novo estudo canadense do Centre for Addiction and Mental Health (CAMH) busca aproveitar as qualidades antidepressivas da psilocibina, presente em cogumelos alucinógenos (Psilocybe cubensis), mas sem a experiência psicodélica que a substância proporciona. Pesquisas já apontaram seus efeitos positivos em pessoas com depressão que resistem a outros tratamentos — em combinação com psicoterapia intensiva.

O período de testes será de 3 anos, financiado com fundos federais, sendo o primeiro deste tipo já feito. Alguns cientistas suspeitavam que o efeito psicodélico da psilocibina seria necessário para que o benefício terapêutico existisse, mas isso nunca foi testado em laboratório, segundo o líder do projeto, o Dr. Ishrat Husein.

COMO SERÁ FEITA A PESQUISA:

A equipe irá comparar os resultados de 60 adultos com depressão resistente a tratamentos. Um terço deles receberá uma dose completa de psilocibina e um bloqueador de serotonina para inibir o efeito psicodélico; outro grupo irá receber a psilocibina e um placebo; e o restante irá receber um placebo junto a um bloqueador de serotonina. Todos também receberão 12 horas de psicoterapia.

Há algumas contraindicações físicas e psicológicas para o uso de medicações psicoativas potentes. Se for comprovado que a experiência psicodélica não é necessária para o efeito terapêutico, isso poderá beneficiar muitos pacientes que não desejam ou não podem passar por experiências psicodélicas para tratar sua depressão ou outras condições.

Um exemplo é Carole Dagher, que sofria de depressão e ansiedade resistentes a tratamento, desencadeadas por uma depressão pós-parto e traumas da Guerra Civil Libanesa. Ela encontrou alívio com a terapia envolvendo quetamina, um anestésico que provoca fortes experiências psicodélicas. No entanto, essa característica quase a fez desistir do tratamento. Além disso, Carole não sabe por quanto tempo a substância continuará eficaz, o que a leva a esperar que o tratamento com psilocibina funcione — mas sem a “viagem”, de preferência.

Embora a psilocibina tenha mostrado bons resultados em ambientes controlados, com amplo apoio ao paciente, os cientistas estão atentos aos possíveis efeitos adversos da viagem psicodélica, que eles chamam de efeitos subjetivos agudos. Alguns pesquisadores argumentam que certos pacientes podem se beneficiar ou até precisar da experiência alucinógena para o tratamento eficaz. Teorias sugerem que a psilocibina sem a experiência psicodélica pode trazer apenas benefícios de curto prazo, enquanto a psicodelia pode gerar mudanças profundas e duradouras.

Essas questões só poderão ser esclarecidas com a conclusão de pesquisas futuras. Os resultados dessas investigações serão conhecidos dentro de três anos.

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Fonte: Canaltech

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