Um estudo recente do Centro de Pesquisa Psicodélica do Imperial College de Londres, publicado na revista científica Nature Medicine em 11 de setembro, analisou os efeitos da psilocibina em pacientes com depressão grave. Os pesquisadores, liderados por David Nutt e Robin Carhart-Harris, com a participação da brasileira Bruna Giribaldi, acompanharam pacientes desde o início da administração da substância até três semanas após o tratamento. O estudo utilizou uma versão sintética da psilocibina, substância presente em cogumelos do gênero Psilocybe, conhecida por alterar a consciência e a percepção, para garantir um controle preciso da dosagem. Os resultados promissores foram coletados por meio de ressonância magnética funcional.
Como a Psilocibina Impacta as Conexões Cerebrais
A depressão afeta várias redes cerebrais, incluindo a Rede Executiva (responsável pelo controle cognitivo), a Rede de Saliência (que regula a alternância de atenção entre estímulos internos e externos), e a Rede de Modo Padrão (ativa durante a introspecção). Quando essas redes cerebrais não interagem adequadamente, isso pode levar a formas graves de depressão, especialmente em pacientes que não respondem a tratamentos tradicionais. Essa disfunção é chamada de “Segregação entre Redes” ou “Modularidade”.
No estudo, a atividade cerebral de 60 pacientes foi analisada no início do tratamento com psilocibina e novamente três semanas após. Os pesquisadores observaram uma redução na segregação das redes cerebrais, o que resultou em uma melhoria imediata nos sintomas de depressão, com os benefícios mantidos ao longo do período analisado. A diminuição da modularidade entre as redes sugere que a psilocibina pode ser útil no tratamento de outras condições, como anorexia e dependência química.

Testes Clínicos e Comparação com Antidepressivos
Dois testes clínicos anteriores já haviam sido realizados.
O primeiro, em 2016, com todos os pacientes cientes da administração da psilocibina, e o segundo, um ensaio duplo-cego randomizado em 2021, comparou os efeitos da psilocibina com os do antidepressivo escitalopram.
Ambos os estudos demonstraram resultados positivos, reforçando o potencial terapêutico da substância.
Os pesquisadores enfatizam que a flexibilidade global nas conexões cerebrais promovida pela psilocibina pode explicar os efeitos rápidos no alívio da depressão. Ao alterar o padrão de pensamentos negativos, a substância oferece uma nova abordagem no tratamento da depressão. Contudo, é importante lembrar que esses testes foram realizados em ambientes clínicos controlados, com doses reguladas e acompanhamento psicológico.
O Futuro do Tratamento com Psilocibina
Embora os avanços no uso de derivados de cogumelos, como a psilocibina, sejam promissores, ainda é necessário aguardar regulamentações para o uso desses medicamentos. Quando aprovados, eles deverão ser prescritos por especialistas e utilizados sob supervisão médica durante o tratamento.
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Fonte: Canaltech
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