Você sabe o que é psilocibina?

Grandes partes dos cogumelos mágicos se diferenciam dos outros pela presença de psilocibina, substância da família das triptaminas que pode ser encontrada em mais de cem espécies de cogumelos. Após consumida, ela é metabolizada e vira psilocina.

Calma, sei que ainda parece confuso, mas neste post explicarei a você o que é Psilocibina e quais são os efeitos dela. Caso você gostar desse conteúdo, curti essa postagem para nos ajudar em levar essas informações a mais pessoas.

Vamos ao que realmente interessa:

AFINAL O QUE É A PSILOCIBINA?

A psilocibina, presente nos famosos cogumelos mágicos, é um alcaloide psicodélico que ativa principalmente os receptores 5ht2a (receptores de serotonina) o mais proeminente no córtex pré-frontal do cérebro – área responsável pelo nosso humor, cognição e percepção.

Após a ingestão, a psilocibina é absorvida e metabolizada em um processo que dura em torno de 30 minutos, com uma duração que varia de quatro até seis horas.

Os principais efeitos relatados depois do consumo dos cogumelos são:

  • Sentimentos de alegria, felicidade e euforia;
  • Tranquilidade e um “despertar espiritual”;
  • Mudança rápida de emoções;
  • Desrealização, ou a sensação de que seu meio envolvente não é real;
  • Despersonalização, ou uma sensação de sonho;
  • Pensamento distorcido, com alteração visual e distorção, halos de luz e cores vivas;
  • Pupilas dilatadas (midríase);
  • Tontura, sonolência, bocejos e dificuldade de concentração;
  • Relaxamento muscular e falta de coordenação;
  • Náusea e alguns poucos casos de vômitos com contexto de limpeza.

A psilocibina é normalmente consumida por via oral, como em chás ou em alimentos. Cogumelos desidratados também podem ser esmagados em um pó e preparados em forma de cápsula para melhor ingestão. Alguns usuários revestem os cogumelos com chocolate, para tirar um pouco do amargo característico. Minha preferência é com um suquinho de limão mesmo.

A potência varia muito, e pode depender da espécie, origem do cogumelo e se ele é ingerido fresco ou seco. A quantidade de seu peso em massa em psilocybes secos é cerca de 10 vezes superior à de cogumelos frescos.

Segundo o Global Drug Survey, levantamento de saúde pública feito com 120 mil usuários de drogas em 50 países, a psilocibina é a substância psicoativa mais segura do mundo. 10% dos entrevistados, 12 mil pessoas ao todo, afirmaram ter usado os fungos psicodélicos em 2016. Só 24 delas – 0,2% – precisaram de assistência médica emergencial após a experiência. Essa taxa é pelo menos três vezes menor que a de qualquer outra droga, de origem natural ou sintética.

O QUE ACONTECE QUANDO A PSILOCIBINA ENTRA EM CONTATO COM O ORGANISMO HUMANO?

Quando ingerimos algum material orgânico que contém psilocibina, o corpo metaboliza rapidamente a psilocibina removendo seu grupo fosfato e assim a convertendo em psilocina, que é então capaz de se ligar com nossos receptores de serotonina e atuar como um agonista parcial dos receptores de serotonina. (um “agonista” é uma substância que inicia uma resposta fisiológica quando ligada a um receptor). A psilocibina então nada mais é do que um composto inativo primário metabolizado em um composto farmacologicamente ativo, a psilocina. Resumindo a ópera, é a PSILOCINA o composto que causa os efeitos primários de uma jornada com cogumelos mágicos, e a psilocibina está ali para ser convertida em psilocina

A serotonina é estruturalmente similar a psilocina, como é possível observar acima, e é o composto fonte de toda a sensação de alegria e bem-estar, seja essa alegria proveniente ou não do uso de componentes químicos. Como um neurotransmissor, a serotonina também ajuda a transmitir mensagens de uma parte do cérebro para outra. Recentes pesquisas científicas observaram que a sobrecarga sensorial que acontece durante uma jornada é decorrente do fato da psilocibina deixar o cérebro hiperconectado, e assim permitindo uma maior e melhor comunicação entre partes do cérebro que normalmente não se “falam” tanto. Dessa forma, acontece uma reorganização entre as conexões cerebrais, e também, o fortalecimento de conexões fracas. Ao passar o efeito, as conexões voltam ao normal e nós voltamos a nos sentir meio “banzo”, porém, mas muito mais estáveis.

Nosso cérebro evoluiu ao longo dos séculos para que nosso hipotálamo esteja constantemente a filtrar qualquer estímulo que não nos seja útil durante nosso dia a dia em modo padrão (ou modo sobrevivência), permitindo-nos focar no que realmente é “importante” para um ser humano. Como resultado disso, nosso cérebro economiza energia ao não ficar perdendo tempo com coisas triviais, como, por exemplo, quantos carros foram vistos na rua hoje, ou o porquê que a luz bate nas árvores de maneira tão linda. Este também é um ponto de ação dos compostos dos cogumelos mágicos, pois foi observado em estudos que a atividade do hipotálamo é reduzida em uma pessoa sob efeito da psilocina e persistente nesse mesmo indivíduo em até algumas semanas após a data da dosagem ter sido consumida.

Espero que tenha ficado claro com a explicação, siga nossas redes sociais para mais conteúdos!

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10 comments

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